Slider[Style1]

Style2

Style3[OneLeft]

Style3[OneRight]

Style4

Style5

Style6[OneLeft]

Style7[OneRight]


Sinopse: Narrada pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante e perturbadora história cria uma sociedade futurista em que a violência atinge proporções gigantescas e provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário. A estranha linguagem utilizada por Alex - soberbamente engendrada pelo autor - empresta uma dimensão quase lírica ao texto. Ao lado de "1984", de George Orwell, e "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, "Laranja Mecânica" é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século XX. Adaptado com maestria para o cinema em 1972 por Stanley Kubrick, é uma obra marcante: depois da sua leitura, você jamais será o mesmo.

Editora: Aleph
ISBN: 9788576570035
Ano: 2004
Páginas: 200

Assisti ao filme Laranja Mecânica na minha pré-adolescência. Minha mãe, inclusive, assistiu comigo por causa da quantidade de cenas pesadas que havia. Na época eu não entendi muito bem, mas sabia que a história tinha algo de especial.
Esse ano, minha mãe fez a gentileza de me presentear com o livro que deu origem ao filme, escrito por Anthony Burgess. É um livro atemporal. Foi lançado há 50 anos atrás, mas essa história vai se encaixar no cotidiano da sociedade violenta e impune em que vivemos por muitos e muitos anos. 
Ouvi muita gente falar que esse era um dos casos excepcionais em que o filme é melhor que o livro. Porém, discordo dessa afirmação. Ontem, depois de terminar de ler a obra, assisti de novo, em seguida, à adaptação produzida por Stanley Kubrick. Esta, é um clássico do cinema cult em todos os sentidos, sem falar na atuação brilhante do ator Malcom McDowell como o protagonista Alex, e merece, sim, todo o status que alcançou.
Porém, o livro é muito mais rico. Não só em detalhes descritivos ou na quantidade de cenas a mais; isso é óbvio e acontece basicamente em todas as situações como essa. Mas ele te permite ter uma visão mais ampla do Vosso Humilde Narrador Alex, entender melhor como e porquê ele tem tanto carisma, mesmo sendo (com o perdão da palavra) um filho da puta. 
Outro ponto excelente no livro é o fato de ser escrito usando uma quantidade enorme de gírias do vocabulário nadsat, criado pelo autor. Tratam-se de gírias que misturam inglês e russo e são faladas pelos adolescentes (Alex, no livro, tem apenas 15 anos) que habitam o futuro não muito distante em que se passa a história. Eu, particularmente, tenho muita facilidade com linguagens. Achei as gírias de fácil interpretação quando inseridas no contexto e foram raras as vezes que precisei consultar o glossário no fim da minha edição. São elas as responsáveis pela imersão no universo de Laranja Mecânica, por causar estranheza e também ambientação na Londres futurista e marginal criada por Burgess. O autor foi, com certeza, um gênio ao trabalhar as palavras dessa maneira.
Também acho que no livro as questões políticas são expostas com mais clareza. Eu não sou muito ligada no assunto e entendi melhor ao ler do que ao assistir. O livro é dividido em três partes e não é longo, são só 200 páginas. Mas a impressão que tive é que o filme passa rápido demais apesar da sua duração, e que o livro te permite entender muito mais profundamente o que se passa com Alex.
Inicialmente, o filme terminava exatamente como no livro. Porém, na época, a editora americana de Laranja Mecânica encomendou a Anthony Burgess um capítulo adicional falando sobre a vida de Alex depois do primeiro final. O escritor fez isso e assim todas as edições passaram a ser publicadas com um capítulo a mais, porém, ele classificou essa extensão como lixo. Eu não gostei muito também, prefiro o final original mantido no filme. Porém, para as pessoas mais apegadas à moral e aos bons costumes, ele pode ser uma boa pedida. 
Último ponto: o título desse livro é curioso, né? Não vou contar como interpretei. Ele oferece vários significados, mas cada leitor vê de um jeito e eu acabei pesquisando depois pra ver os que eram diferentes do meu. Descobrir o sentido do título é um prazer muito mais intenso durante a leitura do que assistindo o filme (aliás, o filme nem oferece possibilidade de interpretação nenhuma, já jogam uma única explicação lá e pronto). 
Bom, eu espero que o que eu falei aqui incentive a galera a ler Laranja Mecânica. Ao meu ver, o filme é superestimado (não tiro os méritos, hein? Gosto e gosto muito dele), e o livro acabou sendo, injustamente, esquecido pelo público. 

Quem quiser assistir ao trailer do filme, basta clicar aqui. Mas recomendo, realmente, a leitura do livro, vendo o filme antes ou depois. Esse, foi, pelo menos até agora, o melhor livro que eu li esse ano.

Ah, e já ia me esquecendo! Pra quem acha que distopia é um gênero novo, temos aqui um belo exemplo de que ele já era trabalhado há muito tempo atrás, e de um jeito muito mais horrorshow. ;)

Colunista Unknown

«
Next
Postagem mais recente
»
Previous
Postagem mais antiga

Nenhum comentário:

Post a Comment


Top