Se tem um gênero cinematográfico com o qual sou apaixonado, é o gênero musical. Uma perfeita combinação entre vídeo e música, somando suas forças para criar um efeito único sobre o telespectador. Quem nuca assistiu a um musical e teve vontade de se levantar e dançar no meio da sala?
E é trazendo a tona essa minha paixão (pouco) secreta que planejei uma sequência de cinco posts, nos quais falarei minhas melhores experiências com esse gênero cinematográfico que sofre um terrível preconceito. Não, musicais não são chatos. Talvez você só não tenha achado o que combina mais com você e, quando achar, acredite, irá me agradecer por isso.
Para nosso primeiro post, eu trarei meu musical favorito e o primeiro que assisti. O filme tem renome mundial e foi adaptado de uma das mais famosas peças da Broadway. Em 2003, limpou a banca do Oscar ao levar para casa as estatuetas de Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones), Melhor Figurino, Melhor Montagem, Melhor Som e Melhor Direção de Arte, ganhando 6 das 13 categorias ao qual foi indicado. CHICAGO chegou ao cinema para abalar Paris em chamas e mostrar que a vida fica sempre mais animada com um pouco de Jazz.
O filme se passa na década de 20, quando a cidade de Chicago vivia seus bons tempos em que a música era o Jazz, os points eram os clubes noturnos, e o entretenimento era o crime. Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones – A Lenda do Zorro) é uma bem sucedida vedete, que fez sua fama se apresentando com sua irmã pelos clubs da cidade. Roxie Hart (Renee Zellweger – O Diário de Bridget Jones) é a doce e sonhadora mulher do borracheiro, que sonha em subir no palco e ser adorada pelo público, idolatrada por seu rebolado e sua voz. A história das duas mulheres se cruza quando Velma mata a tiros sua irmã e seu marido, e Roxie assassina seu amante. Ambas são mandadas para o mesmo presídio feminino, onde conhecem a carcereira Mama Morton (Queen Latifha – Taxi) e o advogado Billy Flynn (Richard Gere – Uma Linda Mulher). Velma e Roxie acabam por perceber que na corrompida Chicago, onde o crime é entretenimento, ser uma assassina não é tão mal negócio assim.


Com um timbre completamente diferente do de Catherine, Renee surpreende ao cantar com meiguice e teatralidade. Seu ponto alto é sem dúvida na sensual música “Roxie Hart”, mas não deixa a desejar nas demais. Pode ter tido dificuldade para se sobressair, mas também não desagradou.
Richard Gere é Billy Flynn, o advogado astuto e inescrupuloso que esbanja charme. Richard Gere, desde Pretty Woman, se tornou sinônimo de qualquer personagem de meia idade charmoso (Algo como um José Wilker internacional) É claro, ele faz bem seu papel e não decepciona nas poucas músicas que canta.
Chicago traz para as telas o clima elegante da década de 20. Cumprimenta o telespectador com sua renomada trilha sonora de Jazz. A vontade de dançar é involuntária após o primeiro número artístico e só vai desaparecer muitas horas depois que o filme acabou. Os pontos altos são, sem dúvida “All that Jazz” e “The Cell Block Tango”.
Ao contrário da maioria dos musicais, em que os personagens simplesmente começam a dançar como tomados por uma mesma força, Chicago apresenta uma maneira inovadora ao dar a entender que todos os números artísticos se passam no pensamento de Roxie Hart, a sonhadora e poética que enxerga em tudo um grande palco. Tudo tem um ar de teatralidade e um romantismo visível.
Chicago é uma boa introdução aos musicais, tendo uma história consistente e tendo a música somente como complemento. Não cansa e não entedia. Após o filme, é quase impossível não se querer uma ou duas músicas na sua playlist pessoal (No meu caso, o cd inteiro!). Roxie e Velma cativam, levando o público a escolher uma favorita para a qual torcer. Ao fim da película, deixa no ar um gosto de quero mais e nos ouvidos as notas destacadas do jazz.