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Eu sempre fui muito fã da cantora Lana del Rey e desde o começo o que mais me chamou a atenção no trabalho que ela realiza foi a sua qualidade como compositora. Sempre achei que suas músicas pareciam histórias e foi aí que comecei a identificar nelas menções a livros que eu já li. E, claro, conheci outros através das referências que ela sutilmente usa pra compôr. Esse fator só me fez gostar mais e mais dela! É preciso muita delicadeza e conhecimento pra sincronizar bem música e literatura. Por isso, fiz aqui um compilado do que já identifiquei em suas canções. Espero que gostem e que sirva de indicação pra quem procura algo diferente pra ler. Vejam só:  

Obra: Lolita - Vladimir Nabokov
Em: "Lolita" e "Off to the Races" 

"Lolita" foi escrito pelo russo Vladimir Nabokov, e foi publicado pela primeira vez em 1955. No romance, o professor de poesia Humbert Humbert, já com certa idade, se apaixona por sua enteada, Dolores Haze, de apenas 12 anos. É daqui a origem dos termos sexuais "lolita" e "ninfeta". O livro ficou famoso como um dos mais polêmicos já publicados até hoje e não é à toa que Lana se inspira nele. A persona criada por ela na maioria de suas letras é sempre uma mulher com ares de menina que se apaixona ou tem algum tipo de relacionamento com homens mais velhos (como podemos perceber em outras de suas canções como "Cola" e "Shades of Cool"). A letra da música "Lolita" é uma releitura do livro e em "Off to the Races", temos trechos retirados diretamente do livro (como "Light of my life, fire of my loins"). Confesso que, quando li esse livro, não gostei muito, por achar a narrativa complicada. Mas, afinal, é um clássico.

Obra: Eu canto o corpo elétrico - Walt Whitman (poema)
Em: "Body Electric"

Walt Whitman foi um escritor e jornalista americano que carrega o título de "pai do verso-livre". Em seus poemas, elevou a condição do homem moderno, celebrando a natureza humana e a vida em geral em termos pouco convencionais. Era conhecido também pelo patriotismo exacerbado - alguma semelhança com a maioria dos vídeos de Lana del Rey? Não é segredo que ela se inspira nesse grande poeta (tem o sobrenome dele e de Vladimir Nobokov tatuados no braço) como referência visual, mas ele também aparece em suas letras. Um de seus poemas mais famosos é "Eu canto o corpo elétrico", que aparece no refrão da música "Body Electric" ("I sing the body electric"). Para interpretarmos a relação, tudo indica que "cantar o corpo elétrico" é uma metáfora para "eu canto com toda minha alma e deixo as vibrações do universo me conduzirem", que traduzem o amor da cantora por coisas transcendentais - assim como Whitman tinha. Lana canta também o trecho: "Whitman is my daddy, Monaco's my mother". Eu tive o prazer de conhecer e ler a obra completa de Walt Whitman por causa dessa música. :)

Obra: A Decadência da Mentira - Oscar Wilde (ensaio)
Em: "Gods and Monsters"

Muito provavelmente a citação de que "a vida  imita a arte" é uma das mais famosas do irlandês Oscar Wilde. Ela se encontra no ensaio "A Decadência da Mentira", escrito por ele em 1891 e se trata de um diálogo entre as personagens Vivian e Cyril, sobre um artigo que este último escreveu, intitulado "A Decadência da Mentira: Um Protesto". Em um trecho bastante coerente da música "Gods and Monsters", Lana canta: "When you talk it's like a movie and you're making me crazy - 'cause life imitates art". 

Obra: O Grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald 
Em: "Yound and Beautiful", "Old Money"

Como todo mundo sabe (e eu já falei detalhadamente aqui), Lana foi escolhida para compôr uma música para a trilha sonora do filme "O Grande Gatsby", baseado na obra de F. Scott Fitzgerald. Assim, ela tomou não só elementos desta, mas também de outras obras do escritor, para desenvolver a letra da belíssima "Young and Beautiful", que traduz bem o ponto de vista da personagem Daisy Buchanan. Não obstante, ela repete o feito em "Old Money". Quem leu alguma coisa de Fitzgerald sabe o quanto ele abordava em seus romances a era do jazz, com toda ostentação da época, dinheiro, drogas e bebidas. A mesma Daisy Buchanan, inclusive, era descrita com "uma voz cheia de dinheiro". Nessa canção, Lana também traduz essa época e remete à relação de Daisy com Jay Gatsby. (Nem vou repetir que esse é meu livro favorito da vida, haha.)

Obra: O Sol também se levanta - Ernest Hemingway
Em: "Money Power Glory"

"O Sol também se levanta" é o primeiro romance de Ernest Hemingway, lançado em 1926 e considerado uma de suas melhores obras. O livro retrata o cotidiano de um grupo de expatriados boêmios, ingleses e norte-americanos, após o término da Primeira Guerra Mundial. Em um trecho na música "Money Power Glory", Lana fez um resumo sucinto desse livro do ponto de vista geral dos personagens: "The sun also rises on those who fail to call/My life, it comprises of losses and wins and fails and falls". 

OBS.: Não citei aqui a música "Ultraviolence" porque Lana já declarou em entrevistas que nada tem a ver com o livro Laranja Mecânica, de Anthony Burgess. Ela utilizou a palavra por gostar de sua sonoridade e criou um enredo diferente dessa história na letra da sua canção. É apenas uma referência indireta.

Se alguém souber de mais alguma referência bacana, conte pra gente! Quem sabe esse post não ganha uma parte 2 com a ajuda de vocês? Espero que tenham gostado.
Até mais!

Colunista Unknown

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